O fim da Era Trump

A imagem de Donald Trump acompanhado de Melania deixando a casa Branca pela porta dos fundos, sem participar da cerimônia de posse do novo presidente americano, define bem o que foi o seu governo. Como uma criança mimada e sem aceitar a derrota das eleições, saiu rumo a mediocridade com vistas a perder ainda seus direitos políticos, eis que há um processo que tramita ainda no Senado que será posto a mesa, assim que possível.

Pode parecer que nós brasileiros não temos que nos preocupar com o que acontece com os americanos, mas na globalização as coisas não são assim. Tudo que ocorre na maior democracia no mundo nos afeta seja economicamente ou em como os americanos trabalham a sua política interna e externa. Suas crises econômicas nos derrubam, suas crises políticas nos põem de joelhos. A maioria dos países em desenvolvimento são dependentes crônicos dos EUA.

Deixando as questões ideológicas de lado, Biden mesmo sendo um conservador, tem a possibilidade de realizar um governo muito mais progressista, desconstruindo tudo que seu antecessor projetou no curto espaço de tempo. Logo em seu primeiro dia de governo o novo Presidente assinou diversos decretos, alterando questões importantíssimas sobre meio ambiente, direitos humanos e relações internacionais. A posse de Biden nunca foi tão necessária ao Brasil que atravessa uma fase completamente fora dos eixos, fruto do apoio de Bolsonaro às ideias totalmente fora de sentido e tresloucadas de Donald Trump.

Com o novo governo americano, serão fortalecidas as condições políticas para o enfraquecimento do Bolsonarismo seja através de um processo de impeachment ou uma derrota eleitoral no próximo pleito, cenário que se avizinha diante da postura desastrada do Governo em relação às inúmeras questões econômicas e de saúde pública. Se não bastasse isso, há ainda as omissões dos setores responsáveis nos inúmeros crimes de responsabilidade que seria desnecessário elencar.

Sobre as nossas instituições paira o medo, a falta de iniciativa, a absoluta ausência de vontade política e surpreendentemente uma grande omissão no que se refere a frear os impulsos de uma máquina estatal que serve aos desmandos de um projeto político que jamais poderia dar certo. A falta de humildade política para reconhecer que o projeto de poder escolhido é um fracasso total nos conduziu a essa situação catastrófica.

Biden, por sua vez, assume uma terra arrasada com uma grande divisão da sociedade americana, o que se verificou claramente em seu discurso unificador no dia da posse com o intuito de chamar a atenção do povo americano para uma união que ainda está longe de ser alcançada. Há um enorme desejo por normalidade no exercício do poder, o que não será fácil para a nova política. Washington é hoje uma cidade sitiada e foi o que se viu claramente nas imagens que rodaram o mundo, mas de toda a sorte, o que chamou a atenção, foi a postura dos militares americanos em não interferir na política doméstica fortalecendo a democracia. Nenhum pronunciamento e respeito total a escolha do novo governante.

De tudo que se viu logo nas primeiras falas da nova gestão é que o presidente americano tem como certo que governos populistas tal qual o de Trump e afins, são obstáculos a política de unificação e fortalecimento de sua administração. Para ele, pilares essenciais da democracia foram seriamente atingidos por esse pessoal que levou até as últimas consequências estratégias como: fake news, polarização e acirramento da população com ideias de extremistas.

A perspectiva é de que diante de uma agenda que inclua proteção das democracias pelo mundo, respeito à diversidade, meio ambiente, fortalecimento das instituições democráticas, contra-ataques contra a desinformação, os governos populistas tendem a morrer à míngua por suas próprias ideias.

Há um novo movimento de esperança renascendo e que se avizinha tentando fugir dessa narrativa dicotômica extremista do bem contra o mal, do tudo ou nada, de democratas contra republicanos e de amor e ódio. No fundo, tenho a impressão que talvez, eles tenham percebido que não há como liderar o mundo com movimentos que dividem nações. Divisões obviamente não agregam. Esperamos que isso chegue logo por aqui e seja um prenúncio de que bons ventos se aproximam pelas bandas de cá.

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